Essa coleção de peças foi construída à partir de sobreposições de camadas têxteis, gerando texturas como uma nova pele. Pele agora com marcas e cicatrizes deixadas no tempo. O têxtil muda para outro estado em construção. Essa experiência de sentir-se fora de si quando estamos em processos de mudança, transformando a pele que habitamos, sentindo o desconforto da incerteza, tornando-se quase irreconhecível. 
Quantas vezes já me senti uma estranha de mim mesma... construindo e desconstruindo, incorporando e liberando, passando por processos como camadas que revelam meu ser ou não-ser, percebendo o que não conheço e que brota doce e inevitavelmente no Fazer.
A pele atua como limite entre o mundo exterior e o interior, agindo como um sistema de abrigo de nossa individualidade. Podemos ter a mesma cicatriz, que nos marcam de maneiras diferentes não só pelo fato de habitarmos corpos distintos, mas também por carregar outros tipos de sentimentos e memórias impregnadas.