O Fogo que Arde em Mim 
O primeiro fato que aprendemos sobre o fogo é de que não podemos tocá-lo, ele castiga toda imprudência e desobediência perante suas chamas. Ao mesmo tempo sua natureza é extremamente hipnotizante e mesmo causando destruição onde toca, a vontade de chegar cada vez mais perto é incontrolável, nos levando a um jogo sedutor, de queima e assopra. Seu poder de encantamento é “tão defitivo que deforma inclusive os espíritos mais retos e os conduz sempre ao aprisco poético onde os devaneios substituem o pensamento, onde os poemas ocultam teoremas.” (BACHELARD, Gaston). O fogo se faz na atenção presente, na ritmada fricção contínua, no desejo obsessivo, na euforia pulsante, é ao mesmo tempo afago e tortura. Seja fogo, controle o fogo e se deixe ser destruído por ele também.