Corpo, manifestação artística viva, carregada de histórias, experiências e heranças. Construído e desconstruído pela ação do tempo, o qual reflete nesse corpo todas as transformações dos meus vários eus, e que traduz quem sou através do meu olhar, mas também do olhar do outro.  No colar, a fotografia da minha vó materna se conecta ao fio de cabelo da adolescência da minha mãe levando ao meu dente de leite, heranças genéticas e de costumes que vão se passando através das gerações. Do outro lado do colar, a borboleta e o espelho trazem a noção de transformação que o tempo impõe.  A choker está carregada de elementos que se tornaram típicos da minha identidade visual como artista. Símbolos ao redor da minha garganta gritando para o mundo o meu universo. Universo tão surreal quanto o emaranhado de pérolas no acessório da cabeça.  A lupa em um dos olhos realça o olhar, ponte entre as maravilhas do submundo da mente e o mundo físico. No outro olho, o espelho reflete o olhar de quem me observa, corpo em conjunto, trocas de visões e olhares constroem momentos e identidades.